van Gogh, Paul Gauguin, Cezanne, Seurat, Toulouse Lautrec aprenderão a observação do "fato ótico" com o Impressionismo, mas de modo que suscitará outras qualidades para a pintura.
1-A QUALIDADE DA AÇÃO CROMÁTICA
van Gogh usa grossas e largas pinceladas rápidas e as direciona, na tela, num sentido dramático não apenas luminoso. Soprepõe várias camadas de tintas para intensificar a pintura, e expressão, do fato ótico. Esses procedimentos dão a sua pintura consistência e expressão própria.
A percepção ótica e realização expressiva de van Gogh cria e dá forma a modo pictóricos denso e dramático, não só instantâneo mas evidência vibrante, cromática da presença vital de van Gogh.
Sua expressão vigorosa foi influente para artistas alemães nos anos iniciais do sec. XX que ficaram conhecidos como expressionistas por distorcerem a representação naturalista da realidade para expressarem-se subjetivamente.
Um pintor próximo à pintura expressionista, Kandinsky, pintava de forma em que mal avistavam-se figuras, evoluiu a pintura no sentido da abstração.
Considerado o primeiro abstracionista, numa trajetória que inclue livros, como Do espiritual na arte, o pintor de origem russo cria linhas e figuras geométricas numa concepção plástica de explosões que denotam expressões subjetivas expressionistas mas com ritmo e harmonia surpreendentes.
2- A QUALIDADADE DA RECONSTRUÇÃO DA FORMA
Outra coisa, nem impressionista nem expressiva, resulta da pintura ao ar livre, da observação do fato ótico e da fatura das pinceladas lado a lado : é a pintura de Cezanne.
Cézanne parece entender nos impressionistas mais do que impressões luminosas. Nota a mutabilidade das coisas e da Natureza.
Essa leitura de Cézanne do Impressionismo, o leva a uma apreensão cognitiva do fato ótico, diferente da captação luminosa.
Cézanne passa a procurar equilíbrios/ desequilíbrios na composição da pintura, na organização da forma dos objetos que pinta. Ele percebe os motivos que observa e procura uma forma de reconstrução que o faça compreender melhor o que está pintando.
A experiência de composição da pintura de Cézanne acentua a reconstrução de formas de modo mais complexo do que a fé e o otimismo plenos da apreensão ótica do Impressionismo.
3- A QUALIDADE DO ESPAÇO NOVO
Paul Gauguin, que deixa a Europa pelo Taiti, pintará a cor local, ambiente, e os nativos. Há uma construção de espaço novo, pois não observa a noção clássica de representação do espaço físico. O espaço na pintura de Gauguin é como achatado e formado por vários planos, partes, que se ajustam na tela. Nada é pintado ou colocado em perspectiva ou fundo infinito.
A sugestão de ambiente é direta, ótica, espacialmente pictórica, nem real nem abstrada.
Uma pintura em que soa um silêncio algo paradisíaco.
4- A QUALIDADE DO ESTUDO
Seurat
5- A QUALIDADE DO ARTIFÍCIO
Toulouse Lautrec geralmente não ocupa um lugar canônico, oficial, na arte impressionista ou pós-impressionista. Mas o pintor e gravurista que celebra a Belle Époque parisiense, lá pelos últimos anos do século XIX, tem na percepção ótica dos ambientes noturnos e feéricos da vida noturna dos cabarés um dos motivos de sua arte. Principalmente a arte dos cartazes da qual ele é um pioneiro.
Seus cartazes, principalmente o célebre cartaz Moulin Rouge, são compostos pela percepção ótica do que vê ( artistas, público, luz artificial) mas tudo é rearranjado, reencenado, digamos, para criar efeito, impacto visual no público que os olha colados nas paredes das ruas parisienses.
O espaço interior dos cabarés( as mesas, cadeiras, os músicos, os artistas, o público) é criado numa disposição que o faz cromprimir-se, como se tudo estivesse muito próxim o, tanto na cena como próximo do olhar do espectador que, nos cartazes, flagra a instantaneidade da captação da cena.
Cena estilizada, artificial que encanta, feericamente, o olhar.
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