segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O excesso Pop

O pintor impressionista Claude Monet chama a arte que praticava nas últimas décadas do século XIX de " pintura ótica".

A novidade dessa expressão, na verdade um conceito novo para a pintura, está em que Monet se referia à " ótica" tendo em vista a recente, então, técnica fotográfica.

A fotografia, que tinha trazido um sério questionamento para os pintores, já que uma imagem fotográfica poderia ser mais perfeita do que a proporcionada pela pintura, provoca uma reflexão artística em Monet

Amigo de Nadar, um dos fundadores da arte de fotografar- ainda não considerada assim naquele tempo-, Claude Monet define como pintura ótica uma forma de pintar que o Impressionismo inaugurava.

Não havia esboço, através de desenho, antes de se aplicar tinta na tela; a tela, antes de receber a pintura, era coberta por uma camada de branco para, assim, acentuar a vivacidade das cores; as cores aplicadas à tela eram puras, quer dizer, não eram misturadas umas às outras e a técnica de pinceladas rápidas - mais tarde adotada por vsn Gogh-, uma ao lado da outra, eram visíveis para o espectador.

Essas técnicas criam uma forma moderna e luminosa da realidade e isso foi inspirado´, e refletido, no papel desempenhado pela luz na chapa fotográfica. É a percepção da luz que compõe a imagem pictórica.

Claude Monet chegou a fazer uma série de pinturas com o mesmo tema, ou motivo: A Cadetral de Rouen. Nessas telas a catedral é pintada em vários horários, cada versão traz a mudança da luz e do tempo no decurso do dia.Um registro da duração da luz nos objetos.

O procedimentos, e técnicas, impressionistas escandalizaram público e crítica da época, assim como a falta de um motivo reconhecível. O impressionismo não foi considerado Arte mas sim o que um crítico denominou de " impressões" .

É curioso como esse diálogo entre fotografia, um dispositivo maquiníco, e pintura, técnica artesanal, diálogo promovido por Monet, produz uma representação nova do real, abstraido na luz impressionista. A instantaneidade do olhar cria, como na fotografia, uma realidade luminosa.

Tal procedimento pode ser considerado inaugural da Arte Moderna, pois a fatura, o ato de pintar, evidencia materialmente a formação da imagem. Essa não era mais produzida pelas convenções temáticas e técnicas clássicas que vigoravam desde o período conhecido como Renascença em que se valorizava a distribuição da luz na composição, e não a captação e o registro imediato dessa.

Monet detestava a " arte de museu", celebrava o ar livre e o registro instantâneo de " fatos óticos", como na fotografia.

A forma impressionista cria uma realidade da pintura ( e não queremos nos referir exatamente ao estilo de representação do real chamado de realismo) ao lhe dar uma nova percepção e valor estético.

É curioso como esse diálogo entre fotografia, um dispositivo maquiníco, e a pintura, técnica artesanal, diálogo promovido por Monet, produz uma representação nova do real, abstraido na luz impressionista.

O Impressionismo acontece próximo à Belle Époque parisiense, período que notabilizou o pintor e gravurista Toulouse Lautrec que, simplificando os traços gráficos para melhor comunicação com o público, inaugura a forma dos cartazes . Cartazes que anunciavam com cores chapadas e esboços gráficos as figuras mundanas e espetáculos do cabaret Moulin Rouge e eram fixados nas paredes das ruas para propaganda. Quão diferente das Belas Artes!

Nenhum comentário:

Postar um comentário